6 de dezembro de 2015

3 vivas pra mim!

Nestes últimos 10 dias, aprendi muito sobre mim. Na verdade, são verdades que sempre estiveram por aqui, mas que lá no fundo, eu não sabia se eram "mentiras repetidas tantas vezes que viraram verdade" ou se me pertenciam mesmo.

Eu aprendi que carência, definitivamente, não me pertence e que esse é um dos motivos pelos quais eu estou sozinha, mas que por outro lado, dificilmente me fará estar ao lado de quem não valha a pena. E isso é válido quando se trata de amizades também.

Eu aprendi que aquela história de "ninguém paga as minhas contas, vulgo, o que você pensa de mim é só o que você pensa de mim, não quem eu sou" não poderia ser mais verdadeira. Levei anos pra me livrar de uma culpa que não era minha, mas que foi fincada aqui, por anos de tortura psicológica. E adivinha só: ESTOU LIVRE!!!

Também resquício da tortura, parei pra pensar muito sobre "o corpo". O start começou com essa publicação da Juliana Garcez, que eu recomendo a leitura e tornou-se completo sábado, quando milagrosamente, eu resolvi caminhar no zerão, sozinha, vencendo meu medo e minha preguiça.

Estava eu, desvendando os aparelhos da "academia ao ar livre" quando passa por mim, um grupo de corrida. Tinha homem, mulher, várias idades, vários tipos físicos. Tenho vergonha de admitir, mas meus pensamentos transitaram entre: "tá bem, hein. Mas a que preço!" e "que gordinha, correr não parece resolver".

Mas daí eu pensei: PARA! Como você tem coragem de fazer com os outros o que sempre pensa que estão pensando de você? Eu acho que uma das razões pelas quais eu não curto academia (tá, a preguiça é sempre a razão principal. rs) é o desfile que eu, do alto da minha camiseta velha, legging e tênis que nem sei a marca, não estou disposta a participar.

Foi então que me veio o click. Se a pessoa é gorda, magra, sarada, sempre, SEMPRE, vai ter gente pra julgar. Se a pessoa é gorda, magra ou sarada e está correndo porque ama, parabéns pra ela e ponto final. Go, Girl! Se a pessoa é gorda, magra ou sarada, não garante nem a infelicidade, nem a felicidade de ninguém.

Perceber e aceitar tudo isso também foi muito libertador. Eu ainda quero emagrecer muitos quilos (devagar e sempre, com saúde, sim senhor), mas não para me encaixar num "perfil aceitável", e sim porque é onde eu quero estar. E você tem o direito de estar onde quiser (gorda, magra ou sarada), é tudo o que importa.

Beijos e boa semana!!
Betty.


24 de novembro de 2015

Quando a pimenta não é nos olhos dos outros

Eu, como mulher, japonesa (descendente), heterossexual; que estou longe de ser rica, mas mais longe ainda de ser pobre; que sempre estudei em escola pública (com exceção do cursinho) e nunca vivenciei nem briga no pátio, que dirá comigo; que fui filha de pais não divorciados e nunca presenciei sequer um quebra-pau entre eles. Nenhum!

Na peneira da exclusão, pouquíssimas coisas poderiam me prender. Nem mesmo "ser mulher", pois não posso considerar que eu sofra nem 5% do que muitas sofrem pelo simples fato de serem mulheres. Sim, sou privilegiada e reconheço isso.

Tudo isso pra dizer que hoje faz um mês que EU FIZ UMA TATUAGEM e ela, num piscar de olhos, me jogou num mundo preconceituoso do qual, como todos os outros, até então, eu só havia ouvido falar.

Pra citar um exemplo recente: uma senhora (boazinha, sempre me tratou super bem) me questionou se eu não tenho medo. Já sabendo a resposta, dei uma de João sem braço e perguntei, medo de que? E ela mais que depressa me contou sobre uma reportagem onde "milhares" de pessoas estão com tatuagens infeccionadas e, sabe-se lá como (mentira, eu sei - é a lógica da tatuagem = bandido, promiscuidade) a conversa terminou com uma estatística fantasma vinda de uma amiga, "de que os índices de aids e câncer de boca e pescoço estão crescendo a um grau alarmante em Londrina, mas as autoridades não divulgam, igual suicídio". E terminou dizendo que o culpado disso, "o sexo oral, causa problemas psicológicos graves nas pessoas".

Grave, né. Grave mesmo, é a limitação das pessoas em compreenderem algo que não faz diferença na vida delas. Mas, quando eu vejo como limitação, tento ser mais compreensiva. Aprendi com uma amiga minha (Nana, essa é pra você).

Durante esse mês tive muitas constatações, umas engraçadas e outras como essa aí de cima. A parte engraçada é que, eu nunca soube, mas existe um "clube não dito, dos tatuados" e o único requisito é você ter uma tatuagem. As pessoas se identificam com você e, pelo menos eu, vejo graça.

Outro pré-conceito (não considero preconceito) que está mais pra engraçado é associarem a minha profissão com as tatuagens. Não foi uma ou duas pessoas que me disseram isso. E o engraçado é que, puxando pela memória, se for tirar a turma que se formou comigo como base, essa estatística vai por água abaixo.rs

Tenho triiiiinta e sete anos e posso afirmar com categoria que um desenho só modifica o meu exterior. Continuo careta/louca na mesma proporção de sempre e, principalmente, o que me torna eu (caráter e princípios) continua aqui, igualzinho como há um mês atrás.

Então, se você me ama, por favorzinho, continue me amando. Se você não ia com a minha cara e pensou em mudar de opinião, por 1000 favorzinhos, continue onde está, bem longe. hahahaha.

Por fim, a quem interessar possa, eu estou bem satisfeita e o sentimento de realização de um desejo é muito, muito bom. Mesmo que eu não soubesse que queria tanto. rs

Beijos,
Betty.

17 de agosto de 2015

A vida no intervalo dos flashs

Boa tarde cheia de sono, pós almoço de segunda, de uma semana que começou com hidropower (parabéns!), tiroteio na frente do trabalho (que medo! Já pegaram os bandidos) e a fé de que cada dia meu terá 48h. Eu creio! hahahahaha.

Além de tudo isso, resolvi tirar um tempinho pra refletir sobre a vida que se vive no intervalo entre uma foto e outra.

Não é novidade pra ninguém que eu posto muita foto de comida. De novo: muuuuuuuuuita foto! Por quê? Bem, virou mania. Assim como eu gosto de saber se uma comida ou um lugar é bom, eu acho legal opinar, pra você decidir se quer provar ou não. rs

Curiosidades:

1 - Uma coisa que eu ouço há muito tempo: Dá pra parar de postar foto de tanta coisa gostosa? Resposta: Não dá, mas me chama que eu vou junto contigo comer de novo. hahahahaha

2 - Uma coisa que eu ouço há um tempo: Adoro as postagens de comida com opinião sobre as comidas/lugares. Resposta: Obrigada, meu lado "crítica-gastronômica-café-com-leite" agradece.

3 - Uma coisa que pouca gente fala, mas muita gente pensa: você não acha que está saindo/festando/bebendo/comendo/vivendo um pouco demais? Resposta: Sim, eu acho! Sou solteira; pago minhas contas e minhas saídas; levo bronca da nutri; brigo com a balança e com a saúde, tudo de frente.

Parece, mas não estou brava. Eu posto, eu estou sujeita aos julgamentos. Só espero que tanto você que olha e principalmente você que posta, saibam que a vida é muito mais do que o que se publica publicamente (assim, redundante mesmo), nas redes sociais.

Tem muita comida sem graça; tem muitos programas de índio; tem muitos casais de fachada; tem muito homem/mulher de enfeite; tem muita gente insegura; tem muito de vida de verdade. E é ela que devemos pegar no colo e tratar como rainha. Plateia pode até encher o ego, mas o que importa, no final do dia, é o que você sente quando ninguém está te vendo.

Beijos,
Betty.

10 de julho de 2015

Se você soubesse...

... que a teoria é muito mais fácil do que a prática;

que desejar e querer não são combustível suficiente pra sua coragem, guardada dentro da bolha imaginária chamada zona de conforto;

que frases como: "O não você já tem, tente o sim", "arrependa-se do que fez, não do que deixou de fazer", "viva como se não houvesse amanhã", são muito bonitas, mas só se você é desprovido de ego, porque mesmo que você já tenha o não, ouví-lo em alto e bom tom é um ponto final definitivo.

Mas, Betty, não é melhor um ponto do que uma vírgula? A certeza do que a dúvida, o andar pra frente do que a estagnação? Sim, na teoria. Mas é que a teoria é muito mais fácil do que a prática...

Boooom fim de semana!
Beijos,
Betty.

28 de junho de 2015

Entre cores e dores

O facebook está colorido desde sexta e sim, colorir foto do perfil não significa que você fez algo de útil na luta por esta causa; sim, é um ato simbólico - conhece apoio moral?; sim, foi um avanço importantíssimo e sim, não foi diretamente no Brasil mas não deixa de ser importante; sim, cada um coloriu ou deixou de colorir por seus próprios motivos; sim, tem gente que caiu de para quedas e tá aí só pra não ficar de fora...

Mas não - e são grandes e estrondosos não - não é porque coloriu, que a pessoa  não lute com unhas, dentes e coração, pela causa; não é porque coloriu que ela está "saindo do armário"; nao é porque não coloriu que não simpatiza com a causa; não é por causa de perfis coloridos que o Brasil está na situação que está; não é porque você compartilha piadas ou críticas sobre quem coloriu  que você é melhor que ninguém, só é melhor pro seu ego; não é porque temos "problemas maiores (e isso é só uma questão de perspectiva)" que esse deveria ser menos importante - cada um sabe onde lhe aperta o calo; por fim, não é porque você acha que tem amigos gays que isso faz de você um genuíno amigo dos homossexuais ou de qualquer outra minoria - repense o termo amizade.
O mais importante disso tudo continua sendo: pense fora da sua bolha - 10 vezes mais quando for pra discordar e 1000 vezes mais quando for pra pregar o ódio. Eu vivo em uma a maior parte do tempo, então digo com conhecimento de causa: ter opinião sobre algo, não te torna especialista em nada, a não ser que os "sapatos" sejam os seus.

Beijos,
Betty.


17 de junho de 2015

Parte de Mim - Gram

De estar em movimento para frente + encontrar fotos antigas + sentir saudade boa + ouvir músicas antigas com novos significados, nasceu essa montagem e nascerá esse post.

Reformular-se não é assassinar seu passado, é perdoar (principalmente os que mais tiveram influência na pessoa que você é hoje e isso inclui você); é libertador só pela ideia de querer; é, no meio do processo, se apegar às boas lembranças, mas decidir por criar novas boas lembranças.


Toda a minha gratidão a cada pessoazinha presente nas fotos, que fizeram de 2003 a 2006, os melhores anos de UEL que eu poderia ter. 

Pode parecer estranho se você não interpretar como eu interpretei hoje, mas dedico a vocês, essa música do Gram: Parte de Mim.

Fomos tanto que sempre tinha gente aqui
Pra ver de perto o que alguém chamou de amor
Que desmancha e hoje a gente sabe bem
A casa está vazia agora e hoje fica sem você

Quando eu te enchi de razão
Você me chamou de fraco, velho
Pegue o que tiver pra pegar
Mais o que quiser

E parte de mim
Parte de mim
Quer te ver feliz
Parte de mim
Te expulsa e morre

Foram tantas, as brigas me faziam rir
Não era certo nem errado
Era o que devia ser
E nos dias, nas datas pra comemorar
A gente não jurava mais nada
E só bebia pra esquecer
O que era lindo se foi
Agora é normal e chato, um tédio
Pegue o que tiver pra pegar
Mais o que quiser

E parte de mim
Parte de mim
Quer te ver feliz
Parte de mim
Te expulsa, te perde

Parte de mim
Quer te ver feliz
Parte de mim
Te expulsa e morre

(Não fica assim, 
O último apaga a luz
Na porta que não range mais
Ouve o barulho mesmo assim.)

Minha leitura hoje foi:
Ka, casa, festas, aulas. Sempre cheios, sempre grudados.
Tanta afinidade, tanto amor. Nossa bolha, nossa auto-suficiência.
Eu apostei que não, mas o caminho natural é cada um tocar a vida.
Mas quando reencontra fica tudo igual e é o que importa.

100% de mim, quer vê-los felizes.
Sem lembranças, eu nada seria.

Foram tantas, as brigas e crises e 2005 que o diga! Mas hoje dá pra rir de tudo.
Depois de 4 anos fazendo planos de viajar juntos, virou lenda e paramos de planejar.rs
"O que era lindo se foi / Agora é normal e chato, um tédio", mas já estou trabalhando para que não seja assim.

"Na porta que não range mais / Ouve o barulho mesmo assim". Não vejo, nem falo com a maioria de vocês a maior parte desses anos entre 2006 e 2015, mas o barulho que deixaram aqui, é alto e claro. Love you all!

Beijos,
Betty.

10 de junho de 2015

De luto, após 8 anos, 6 meses e alguns dias

Se minha terapeuta não fosse minha terapeuta, ela diria: "eu disse!" Mas,né, pega mal.rs

Sábado comecei a organizar os armários e não, não me sinto mais leve. Porém, é como mexer num baú, com lembranças de quem você já foi ou quis ser um dia. Mas, peraí, quanto tempo faz que você não organizava o armário? hahaha..tipo, nunca? Esse era o elefante-branco-na-sala do meu verbo-carro-chefe: protelar.

Encontrar uma camiseta que fiz na faculdade, com a estampa do meu pai foi um soco no estômago, mas um soco necessário. Me fez lembrar que meu pai morreu; foi trazer de volta, toda a dor da perda; foi lembrar que para vê-lo, só em sonhos e eles não dependem da minha vontade; foi saber que ele foi a primeira pessoa de quem eu me despedi, tendo a certeza absoluta de que sua falta me sufocaria; foi pensar que eu tenho fotos e vídeos em um hd externo, mas nunca tive realmente coragem de procurá-los. É descobrir que, perto de uma década depois, sim, a vida continua e às vezes, você esquece das datas importantes porque vive correndo, mas que é possível chorar como se fosse ontem, porque saudade é saudade e ponto.

Mas, mais do que isso, serviu para eu admitir que nunca estive de luto, de fato. Chorar até ter 3 dobras no olho, chorar com cada lembrança, chorar porque viu um programa de TV que ele amava...se desidratar de tanto chorar, não é luto, é chorar.rs

Quando minha tristeza começou a diminuir e passei a ter mais lembranças que me faziam rir do que as que me faziam chorar, concluí que..."então, é isso, bola pra frente".

Anestesiada. Essa é a palavra que resume boa parte desses anos sem ele e que ficou muito mais nítido nos últimos anos. Para o mundo externo, não sinto que mudei e por vezes me sentia uma fraude - uma peça encenada por quem eu já fui um dia. Mas descobri que não sou, pois aprendi que cada um tira o melhor ou o pior de você e é essa a mágica das boas companhias. Só que para mim mesma, a regra era sempre fazer o mínimo necessário; sobreviver. Apatia, esgotamento, depressão leve, falta de interesse, falta de objetivos...já ouvi que tinha tudo isso e hoje substituo tudo pelo anestesiada.

Perceber, refletir e admitir o que a perda do meu pai significou na minha vida. Por conta disso, estou em luto. Por conta disso, sinto que dias melhores virão. Agora de verdade.

Beijos,
Betty.

25 de abril de 2015

Dançar até doer os pés e deixar leve a alma

Estou eu, há mais de 3h ficando mais loira (e linda. Modéstia manda oi. Hahaha) no Studio New York, onde as pessoas cantam e/ou dançam ao som da música ambiente.

De repente fui jogada num tempo onde eu também era assim e me peguei pensando quando foi que o deixei de ser. Não lembro.

Não lembro porque não há uma quebra definida no tempo, em que eu tenha acordado e decidido ser diferente.

Lembro de ir perdendo o interesse pelas baladinhas; depois de parar de me esforçar para fazer algo que eu não tinha mais interesse; e, por fim, de parar de ir.

A música ainda é sagrada e embala meu trabalho; meus (super raros) momentos de afazeres domésticos; meus momentos "vizinhos, não me odeiem, por favorzinho", que incluem fazer qualquer coisa de madrugada: desde costurar até cozinhar, passando por qualquer outra coisa que eu tenha protelado até o último momento.

Agora, é como se dançar fluidamente (ou de qualquer outro jeito) não me pertencesse mais. Sinto como se cada músculo meu lutasse contra, e a imagem mental que eu tenho de mim mesma dançando, é algo similar a uma estátua balançando de um lado pro outro. Nada bonito, né. rs

Talvez tenha a ver com meu estado de espírito, que não se sente triste, mas está longe do tempo em que era tão feliz que achava isso anormal. Mas era tão feliz que não perdia 5 minutos preocupada em ser normal.

Beijos, Betty.

13 de abril de 2015

Eu não preciso de antidepressivo, preciso de um mundo diferente

Há algumas semanas vi uma postagem no instagram, criticando o beijo da Fernanda Montenegro e da Nathalia Timberg. Na verdade, o buraco foi bem mais embaixo. Tão embaixo, que o post foi removido.

SE fosse somente uma crítica, acho que qualquer um está no direito de: gostar; desgostar; se sentir incomodado; mudar o canal; banir a "grobo"; banir a  novela da sua casa; ir lavar louça ... O que não é bacana é pagar de "politicamente correto" e não ter nem a habilidade pra disfarçar sua verdadeira essência - seja ela linda ou não (aos olhos da sociedade), que seja verdadeira.

Geralmente (arrisco dizer que sempre), uma frase que comece com "sou contra a homofobia, MAS" e termine de cagar com um "eu tenho amigos gays (como se isso te isentasse de qualquer preconceito)" está fadada a ser uma grande junção de nada com coisa alguma!

Antes eu tinha medo das pessoas e suas ideias, falas, ações. Agora estou ficando com medo de mim, de acabar me relacionando (por vontade própria) somente com meia dúzia de pessoas. Daí meu outro eu cochicha: mas, Betty, a diversidade é linda. Ser amiga somente de quem concorda contigo não é bacana.

E eu preciso admitir que é tudo isso aí mesmo, palavra por palavra. Porém, há uma grande distância entre discordar e ter vergonha alheia. Discordar é cada um expor seu ponto de vista e cada lado ter a sua opinião ouvida e respeitada. Ter vergonha alheia é ouvir argumentos vazios jogados ao vento como verdades absolutas ou, não sei o que é pior, ouvir um "quero me reservar ao direito de não dizer por quê" quando você pede por uma resposta justamente pra tentar entender o outro lado, que pensa diferente de você.

Beijos,
Betty.

31 de março de 2015

Hospital Mater(me) Dei Londrina

Quando você pensa que não pode piorar e é contrariada algumas vezes, chega a hora de entregar os pontos e sair correndo.

Começando com o pé esquerdo: já na recepção, pergunto se estão demorando pra atender no Pronto Socorro e recebo como resposta um grunhido. Demonstro que não entendi e recebo um "carteirinha e identidade!", bem piloto automático, nada de simpatia e menos ainda de resposta pra minha pergunta. Olho em volta, vejo que não tem ninguém e entrego meus documentos sem reclamar. Afinal, você guarda suas energias pra se manter em pé, não pra brigar com qualquer um.

Aguardando na recepção: noto um pernilongo. Comecei a acompanhar seu voo, porque a última coisa que eu preciso é pegar dengue. Tentei matá-lo algumas vezes, espantei outras vezes e, pro meu desespero, ao olhar direito, tinha tipo uns 8 ali. Mas, não pensei duas vezes..levantei e comecei a andar. Passados uns 30 minutos (sim, não tinha ninguém quando eu cheguei) e já com mais 4 pessoas na sala, me peguei pensando que os outros estariam pensando que eu tinha "pobrema"...mas antes isso do que o Aedes.

Na minha andança (não, não é um lugar gigante. rs), noto que para usar os banheiros você precisa pegar chave na recepção. Oi? Estou no meio de um Postinho de gasolina de beira de estrada e não percebi?

Cansei de andar, afinal, estou doente! Fiquei do lado de fora da porta, encostada na parede, com os reflexos do sol piorando meu estado..mas ainda, melhor que dar chance pra dengue. Mais uns 20 minutos depois fui chamada pra triagem.

Triagem: nem bom, nem ruim. Normal, daquele jeito.

Consulta: é quase sempre igual (quase não é sempre; não largue nunca mais quando encontrar um médico(a) bom/boa), mas me recuso a achar normal. (a) Aquela risadinha de Pepa Pig cuja leitura é "Como você é bobinha", a cada dúvida que você tem. (b) Aquela sensação de que seu limite para sintomas é limitado e você tá sempre ultrapassando, porque, veja bem, se sua cabeça dói, ter febre já é extravagância e ter dor em algum outro lugar é "tá tirando com a minha cara?". (c) Tudo é falado muito rápido, com termos técnicos, exames são pedidos sem nem ser citados quais ou, principalmente por quê. Sim, Dr. eu não sou ignorante, só estou doente, cansada para discutir e com um pouco de junção do "a" e do "b".

Pedido: fazer exame de sangue e urina para descobrir o diagnóstico.
Paleativo: soro com 3 remédios, que eu não tenho ideia de quais eram, para a dor de cabeça. Esse eu achei desnecessário, porque "acho" que é pra grau tipo enxaqueca, mas tava topando qualquer coisa pra voltar a sentir o gostinho de uma vida saudável, após 3 dias de inutilidade... e funcionou. Até agora, 10h de efeito.

Coleta de urina, o pesadelo: entrei no banheiro, com aparência de higiene suspeita, nada cheiroso e, ao olhar a privada, dou de cara com um presente. Redondim, lá, todo feliz, boiando. Eeeeeeeeeca! Bom, o hospital não tem culpa, pensei. Tentei dar descarga mas ele riu da minha cara, ficou dando piruetas e gritou...láláláa daqui eu não saio, daqui ninguém me tira. 
Saí, parei ao lado da suposta chefe das enfermeiras que já me olhou com olhar congelante (no lugar do: pois não?) e perguntei se tinha algum outro banheiro onde eu poderia fazer a coleta de urina. Estava evitando falar do Redondim, porque ela estava atendendo outra pessoa. Com o mode on Grossa, apontou para o mesmo e disse.. é alí. Daí eu pensei, que se foda. "Então, é que lá tem um COCÔ que não vai embora com a descarga então eu quero usar outro banheiro. TEM?" Daí ela, um pouco menos grossa, disse: só tem na recepção.
Eeee, blz. Vamos lá, sala cheia, potinho na mão, pegar a chave pra toda a recepção saber o que vou fazer, sair de lá com um potinho cheio de urina e todo mundo olhar como se fosse bomba radioativa, esperar pra devolver a chave e voltar pra Super Simpatia do outro lado. Mas você acha que ela pegou o meu potinho? Jogou seu olhar radioativo para trás, e quem me deu o potinho veio buscá-lo.

Coleta de sangue e soro na veia: outra sala com aparência de higiene suspeita, mas com a primeira pessoa menos antipática que eu cruzei nesse hospital. Estava prestes a ganhar meu elogio na ficha de avaliação (sim, eu fazia tanta questão de preencher, que comecei com um delineador de olhos, mas o papel caiu no chão, não alcançava pra pegar e quando o peguei e ele estava simplesmente molhaaaaado. Chão limpinho gente!!!)
Mas ela perdeu a estrelinha quando ao final, eu olho pro meu curativo e ele está servindo pra nada. Meu dedo cheio de sangue, aquela poça, em volta do algodão e ela fala: tira e lava que eu te dou outro. Lava onde, fia? Lá ó. E você vai me dar outro quando?!?! (Porque gente, nessa hora eu já tava num grau de desespero com aquele hospital que na minha cabeça, quando eu tirasse o curativo ia jorrar sangue.. hahahaha. drama mode on justificável, vai.) Quando você lavar te dou outro.
Blz, contrariada, fui procurar a pia, não tinha lugar pra abir, só cano. Perguntei ao casal do leito do lado da pia: Vocês sabem qual é o esquema para sair água? A resposta do homem: SE tiver água. Percebe-se que a credibilidade do Hospital é altíssima. 
Fui para a outra pia, sujei a torneira, sujei a cuba...enfim, duvido que tenham limpado. E, ao final, estava lá a enfermeira me esperando na porta com um algodão. Isso, só isso. Não que antes fosse muito mais que isso: era um algodão e uma fita crepe, que faz tanta pressão que resultou nessa lambança)

Diagnóstico: Não sei! Era isso ou ficar lá de 2 a 3h até sair o exame, esperar o mesmo plantonista me atender e me dizer o que eu tenho. Se fosse você, vide tudo acima, passaria mais um minuto por vontade própria lá dentro? Eu não. Pegarei meus exames amanhã e, se for o caso, marcarei consulta com outro médico.

Mas agradeço pelos remédios e não vou dizer não volto nunca, porque hospital a gente sempre precisa, né. Mas, se conseguir evitar, pode ter certeza de que o farei.

Beijos,
Betty.

19 de março de 2015

Desde que o mundo é mundo...

Somos entupidos por ideias pré concebidas de como a coisas são/deveriam ser.

Obs.: Nunca diga nunca será totalmente ignorado nesse post.

Após um ano bem conturbado (lá em dois-mil-e-bolinha) eu concluí que a gente nunca conhece ninguém 100%. Só podemos imaginar como seria uma reação diante de algo, mas se nunca a vivemos, nunca teremos certeza.

Tendo isso em mente, somada à intolerância-cega-e-violenta que paira no ar nos últimos tempos, te peço que faça dois exercícios:

1º - Quando for contra algo, pergunte-se: no que isso interfere na minha vida? 
- Nada - deixe o outro se feliz.
- Tudo! Que solução eu tenho para apresentar, além de apontar o dedo pro problema?
Nenhuma - entra na casinha e vá pensar.
Muitas - ótimo, coloque-as em prática.

2º - Quando eu julgo alguém, eu já passei por aquilo?
- Nem em sonho - Nem vou te pedir pra se colocar no lugar da outra pessoa (que seria o mínimo) porque, como expliquei acima, é só um mundo de faz de conta. Sábio do Shakespeare que sabia que existe muuuuuito mais entre o céu e a terra do que julga nossa vã filosofia.
- Sou letrada no assunto! Que solução eu tenho para apresentar, além de apontar o dedo julgador?
Nenhuma - entra na casinha e vá pensar.
Muitas - ótimo, coloque-as em prática.

O que não dá é manter esse pensamento de que "desde que o mundo é mundo", justifica qualquer atitude "clássica" ou pensamento pequenininho-digno-de-quem-vive-numa-bolha. Acho lindo e assustador que todos tenham voz. Seria perfeito se todos tivessem voz, cérebro e coração.

Terminada a ladainha, vou partir pra parte prática, da vivência.

Se me conhece, muito ou pouco, como eu sou? Imagino que respondam: fala pra caramba; boa companhia; sensata; bom coração; mau-humorada; anti-social; independente; forte; intolerância pra algumas coisas (muitas ultimamente. hahaha); Tia coruja; organizada; desorganizada; polida; sincera; talentosa; profissional; teimosa; odeia pedir favor... podemos ficar até amanhã aqui.

Mas eu desafio qualquer um, QUALQUER UM, a não ficar surpreso com 3 revelações:
- Eu passei quase 1 ano da minha vida pensando em me suicidar;
- Eu já apanhei de homem e não fui embora. Não no nível "espancamento", mas com marcas tão profundas quanto;
- Não muito distante, senti meu espaço invadido, por um homem folgado, mas na hora, não falei nada e depois me perguntei, quem é você e o que você fez com a mulher que, no mínimo, colocaria esse cara no seu devido lugar?!

Agora, mais focado, repense: Mas você, Betty?!? Você, forte, sempre com uma palavra positiva? Você, que põe medo só com um olhar? Você...

Sim, foram outros tempos, mas por fora eu era igual eu sou agora. Talvez um pouco menos intolerante, talvez muito mais feliz.

Sim, eu que sou humana e sim, eu que não estou achando nada fácil dividir aqui, coisas que eu não divido nem com os meus mais queridos, que me querem bem e que não me julgam.

Mas eu faço isso, em prol de você entender que, pra maioria das coisas, sempre é só a ponta do iceberg. Se conseguir passar isso pra alguns, já me sinto feliz.

Beijos,
Betty.

21 de fevereiro de 2015

Quem não tem teto de vidro ... aborto.

"(...) Cada um em seu casulo, em sua direção
Vendo de camarote a novela da vida alheia
Sugerindo soluções, discutindo relações
Bem certos que a verdade cabe na palma da mão
Mas isso não é uma questão de opinião (...)" Teto de Vidro, da Pitty.

De tempos em tempos eu sinto uma tristeza daquelas de dar nó no estômago. Dessas tristezas que te trancam a garganta e lágrimas involuntárias nascem. É uma tristeza com o mundo. Pra ser mais exata, é uma tristeza com as pessoas.

CARALHO! Dá pra parar de olhar só pro seu umbigo?

Eu raramente (até me arrisco a dizer nunca) compro brigas em assuntos que considero sem fim. Daqueles que quem pensa de um jeito nunca vai mudar de opinião, independente da enxurrada de argumentos. Mas eu admiro, e muito, quem o faz. Porque essa energia toda, despendida, vai (preciso acreditar que sim) mudar o mundo algum dia.

O tema da vez é o aborto e vou tentar ser breve, embora não seja meu ponto forte. Por mais bizarro que isso vá soar, o único argumento que eu considero digno de respeito é o religioso. Crença é crença. Você, nem ninguém vai mudar isso na pessoa.

Todos os outros na linha do "só não fazer sexo", "existe doação", "na hora de abrir as pernas estava gostoso", "não conhece camisinha?", "ainda bem que é uma criança e não uma DST", "concordo se for estupro", "já tem um monte de gente que faz, imagina se legalizar".... todos eles estão na mesma linha que um monte de cocô, pra mim. Tenho nojo, fede, e bem que uma descarga gigantesca poderia levar tudo esgoto abaixo.

Mas, voltando lá pra linha da crença religiosa. Eu respeito e eu entendo porquê você nunca faria um aborto. Agora, você entende que a SUA CRENÇA não deve e, principalmente NÃO PODE (vide "estado laico" no Sr. Google) guiar a vida de outras pessoas?

Eu, por exemplo, tive épocas em que ser mãe era inquestionável (tipo quando eu era criança ou adolescente); tive épocas em que eu quis ser mãe (tipo quando eu achei que tinha encontrado o amor da minha vida e por muita sorte não o fui); e agora cheguei naquela época em que o relógio biológico começa a se preparar para dar tchauzinho. Como nunca aconteceu, só posso "imaginar" o que eu faria. Mas na minha imaginação eu sou contra o aborto ... EM MIM! O que - parafraseando outra banda, a Blitz - é milhas e milhas distante  de "eu sou contra o aborto e ponto final".

Então, termino o meu desabafo igual ao começo: CARALHO! Dá pra parar de olhar só pro seu umbigo? E, não! Não é olhar pro umbigo do feto ser contra a legalização do aborto. Seria olhar pro umbigo dele, se você se comprometesse a cuidar da vida dele, mesmo que seja com acompanhamento até que a adoção fosse garantida por uma família cheia de amor.

Beijos,
Betty.

Fica abaixo um link que eu sei, quem já é a favor vai amar e quem é contra talvez nem leia e mesmo que leia não vai mudar de opinião... mas vou deixá-lo aqui mesmo assim, porque foi um dos mais sensatos que li sobre o assunto. Inclusive nos comentários, o que é quase um milagre.

http://renatacorrea.com.br/eu-te-desafio-a-pensar-outra-vez-sobre-aborto/






26 de janeiro de 2015

Eu e a diabetes tipo 2

Desde que eu me dou por gente, meu pai tinha diabetes (inclusive em algum momento da minha infância, achei que a culpa fosse minha, pelo meu nome, foneticamente, estar no nome da doença...coisa de criança). Sempre soube, desde pequena até hoje, o que todo mundo sabe: diabético não pode ingerir açúcar. Depois de um tempo, soube que existiam 2 tipos de diabetes, mas nunca soube ao certo qual era a diferença entre elas.
Basicamente, a tipo 1 não produz insulina e a tipo 2 produz, mas não a produz/utiliza de forma adequada. Com o tempo, dependendo do prejuízo causado ao pâncreas, a pessoa pode necessitar de aplicação de insulina, assim como há a possibilidade de passar a vida inteira sem a necessidade de fazê-lo.
Depois de crescer, convivi bem de perto com alguns efeitos colaterais da doença, como perda da visão e da função renal e, consequentemente, da necessidade (e da luta que é) de se fazer hemodiálise 3x por semana; derrame e ponte de safena (ambos consequências da pressão alta e colesterol, que também são alterados pela diabetes); dificuldade na coagulação e cicatrização. Tudo isso, meu pai teve.
Mas, assim como a maioria dos mortais, você, lá no fundinho, acha que não vai acontecer contigo, ou que vai acontecer láaaa, muito longe do HOJE.
Faz uns 4 meses que recebi o diagnóstico inicial e, desde então, tenho me cuidado bastante, o que já resultou num exame novo com um quadro muito mais positivo e otimista. Na época, consultei o primeiro endocrinologista disponível e ele pareceu saído de uma pegadinha do malandro, então ignorei 100% do que ele me disse...inclusive os insultos arrogantes disfarçados de sabedoria.
Porém, numa nova consulta, com uma endocrinologista competente, saiu da boca dela em câmera lenta: sim, você tem diabetes. Na hora, tive que me esforçar pra não cair em prantos, até mesmo porque não sabia ao certo por quê eu queria muito chorar.
Agora, processada a "novidade" e após tirar as minhas dúvidas (e ter todas elas esclarecidas de forma calma, com paciência - obrigada, Dra Marizia Marco de Souza Dias) eu entendi que meu choro veio, primeiro por não ter me respeitado o suficiente pra me cuidar; segundo por lembrar de tudo que meu pai passou; e terceiro porque achei que minha vida começaria a acabar a partir de hoje.
Mas a parte boa é que o choro foi embora, tão rápido quanto veio, quando eu entendi que não comecei a morrer, mas comecei a nascer. Ter consciência do que é preciso fazer e, principalmente, estar ciente de que está fazendo tudo certinho, vai me trazer muita saúde.
Segundo entendi, eu posso normalizar todos os exames, desde que continue emagrecendo e comendo de forma saudável. Porém (e é aí que mora o diagnóstico e o lance do "não tem cura"), mesmo normalizando, foi feito o registro no meu organismo (e principalmente no meu pâncreas, que não se regenera). 
Daí, diferente de uma pessoa "normal", ao voltar a ingerir muito açúcar ou engordar, meus exames ficarão alterados novamente.
Mas, o lado bom é que, ao continuar me cuidando, posso viver como se não tivesse a doença (sim, poderei comer um docinho, sem excessos). Quanto mais me cuidar, mais vou retardar o aparecimento de doenças secundárias e a necessidade do uso da insulina.
A diferença maior é que terei que ficar mais atenta e fazer alguns exames anualmente, como oftalmo e cardio.
Viu, existe vida feliz após o diagnóstico. Obrigada aos que se preocupam/preocuparam. E, de coração, aceitei que sou diabética e estou bem.
Beijos, Betty.

24 de janeiro de 2015

Tinder What? Parte 3

Hahaha, sim, gente, eu voltei. Dessa vez, um pouco (bem pouquinho) mais disposta a me "molhar na chuva" e fazer jus ao dito popular.

Nos primeiros dias, 2 matchs. O primeiro, tinha no facebook a primeira foto da linha do tempo com a legenda "meu amor". hahahaha. O segundo, parecia bom demais pra ser verdade...daí tadinho, ele perdeu os 10 dedos, a voz e não consegue se comunicar. Brincadeira, mas passado alguns dias e nada de conversa ou resposta, concluí que: ou se arrependeu, ou clicou por engano (e acontece, viu, rs).

Depois disso, em 3 meses de exposição da figura e zero matchs, a única coisa que me vem à mente é um texto do Shinyashiki que já até postei aqui, que levanta a questão: quem disse que quando você encontrar a sua metade da laranja, ele vai achar você a metade da laranja dele? Tum, dum!

Mas, vamos rir um pouco.

Já falei sobre os perdidos (namorando, noivo, casado ou "só adiciono amigos") na parte 2. E, pra quem por acaso realmente estiver se perguntando: Tinder What?!?, segue link pra parte 1.

Agora eu queria falar dos perfis. Tenho mais respeito por quem já diz na lata a que veio (tipo, só quero sexo /  não gosto de balada / até mesmo o "sou casado" - pois dessa forma, vai atrair quem quer o que ele está oferecendo) do que por quem escreve um livro (não de sua autoria, claro) com falsa humildade, onde, pior, não cabe o texto inteiro. Se você está se perguntando qual era a minha descrição, tá aí: "depois do muro que eu construí, um encanto". Viu, não é muito na lata, mas é sucinto e bem verdade, sem falsa humildade. hahaha.

As fotos merecem subdivisão.

Tipo 1, o com fotofobia, vulgo: só tenho foto com óculos de sol. Ou você só sai de casa de dia; ou vive na praia/piscina/clube; ou tem mesmo hipersensibilidade. A única coisa que eu consigo pensar é que você deve ser muito estranho sem óculos. E, quanto mais bonito você for de óculos, mais eu penso nisso.

Tipo 2, o saradão, vulgo: só tenho foto dos meus músculos. Sabe aquela zoação que você faz de poses apontando pra lá e pra cá, só pra expor os músculos que você sabe que não tem? Então, eles tem, de fato, os músculos e não, eles não estão só de zoação com as poses. A única coisa que eu consigo pensar é que eu odeio academia e essa será nossa eterna briga.

Tipo 3, o rei do camarote, vulgo: só tenho foto ostentando meus bens materiais. Talvez sim, talvez não, mas eu acho que o tipo de mulher que você vai atrair é bem específico. A única coisa que eu consigo pensar é que o seu "eu" não deve valer muito pra você ter que expor essas "qualidades".

Tipo 4, o zelador do banheiro, vulgo: só tenho foto em banheiro. E não sei se é mais estranho quando são todas no mesmo banheiro ou quando são todas em banheiros públicos. A única coisa que eu consigo pensar é: por que alguém faz isso?

Tipo 5, o viciado em detalhes, vulgo: tenho uma foto só, mas ninguém vai notar. Vai? A pessoa me pega uma foto e multiplica em 5. Com zoom / com mais zoom / ops, cortei minha cara fora, etc. As únicas coisas que eu consigo pensar são que você tem problemas ou que você só acha que tem uma única foto boa nessa vida.

Tipo 6, o "dormiu com o bozo e acordou gozadinho", vulgo: só tenho uma foto mas vou postar a mesma 5 vezes. Faz você olhar todas pra descobrir que são todas iguais. Esse é o irmão gêmeo do tipo 5.

Tipo 7, o agente secreto, vulgo: minha foto não é minha. Pode ser um desenho animado, pode ser uma frase de efeito, pode ser uma personalidade. A única coisa que eu consigo pensar é: tem alguém nesse mundo que dá "love" em você?

Tem muito mais, mas verbalizar tudo isso só me fez crer mais uma vez que esse aplicativo pode ser bom pra muita gente, mas não serve pra mim e eu não sirvo pra ele. Então, mais uma vez, Tchau Tinder.

Beijos,
Betty.

11 de janeiro de 2015

Se a minha vida fosse uma eterna férias

Acho que desde que comecei a trabalhar, essas foram as minhas férias mais longas.

Começou com um fds corridaço em São Paulo, seguido de um fake-fds-duplicado de preguiça. Sim, demorei uns 4 dias pra entrar no ritmo e perceber que não precisava só dormir e lagartear porque a "segunda-feira" ainda estava muito, mas muito longe de chegar.

Final de férias é um misto de alegria e tristeza.

Meu lado vovózinha adora uma rotina, mas não é nenhuma novidade, vindo de quem adora saber o chão que pisa. Meu lado desorganizado PRECISA de uma rotina, assim como meu lado saudável. Consegui sobreviver às temidas festas de final de ano com a balança congelada. "Acho" que to no lucro. hahaha

Meu lado "paz e amor" está cansado antes mesmo de chegar amanhã, pois sabe o que me aguarda. Pauleira, muita crise de coceira nervosa e as mesmas lutas de sempre. Facebook que se prepare (vixe, vixe, vixe). Meu lado "livre" se sente deprimido de não poder fazer o que quiser, a hora que quiser.

Mas, hey, e a tal da rotina, amada e necessária? Bom, meu lado bipolar... hahaha, brincadeira.

Num resumão da ópera, conclui que, se a minha vida fosse uma eterna férias, viraria uma rotina da qual eu teria que "descansar, trabalhando" (mas eu não ligaria nem um pouquinho-inho).

Sinto falta das pessoas de sempre; dos amigos de sempre; dos bares e restaurantes de sempre; do cafezinho diário (mais pelo hábito, que pelo vício); da atividade física (moça, você tá com febre?!?!); da minha mesa, do meu cantinho e, engana-se quem pensa que não, sinto falta dos clientes também. rs

Eu sei, eu xingo bagarai, mas parafraseando meu irmão, "reclamar é muito bom". kkkk.

Feliz Ano Novo!

Beijos,
Betty.