29 de janeiro de 2007

Falando comigo mesma....

Não me lembro a hora que fui pro quarto...quero acreditar que estava delirando de sono.....eu fechei os olhos, mas o mundo girava, como se eu estivesse bêbada (mas essa hipótese é nula)...e eu não queria ficar vendo as coisas que via mesmo de olhos fechados..mas estava com tanto sono que não tinha como ficar com os olhos abertos.

Ouvi um barulho estranho (que não lembro qual era..mas lembro de ter pensado...que barulho é esse? De onde vem????)

Depois de um tempo ouço o barulho de uma chave na porta da sala...mas era como se a sala estivesse longe, muuuuuito longe...um som meio abafado. E eu pensei...a essa hora (não sabia que horas era, mas sabia que era tarde da madrugada)....será ladrão? Que medo! Mas...que sono! Vou dormir....sonhei um monte de coisas que só percebi que eram sonho quando o despertador tocou 7h. Inclusive a parte da chave...talvez até a sensação de bêbada..não sei dizer.

Pus pra despertar 7:15...quando acordei, percebi que ainda estava sonhando o mesmo sonho.
Pus mais 5 minutos e quando acordei, percebi que AINDA estava sonhando o mesmo sonho....e, apesar de sentir vontade de ficar em casa, levantei e fui me arrumar.

Acordei bem triste. Sonhei muito com meu pai essa noite. Mas não foi um sonho feliz como na maioria das vezes é. Ele estava bem ruinzinho e eu fazia de tudo pra ficar perto dele o máximo que eu podia.

Acordei bem mal. É como se no sonho eu visse claramente a gravidade da doença dele. Coisa que eu não fiz na vida real....talvez não quisesse ver, talvez acreditei que meu pai era eterno.

Também acordei mal porque me sinto idiota por não ter visto isso a tempo de ter feito tantas coisas que eu queria pra ele. Não adianta dizer que eu não poderia adivinhar....ok, foi muito do nada (de certa forma), mas não era uma gripe e eu deveria saber sim. Não adianta dizer que não adianta guardar isso. Não adianta dizer que eu ainda posso fazer porque ele estará vendo de algum lugar. Minha cabeça pode repetir isso, mas meu coração não ta nem aí.

Quando eu penso nessas coisas e no quanto eu me sinto triste, já não sei se é tão certo brindar a minha formatura.

Devia ter ouvido minha família quando disseram que todos entenderiam se eu entregasse os preparativos da festa pra outras pessoas. Não ouvi porque fiquei pensando que não participar dessa festa talvez fosse pior do que participar....e depois, quando eu me comprometo, não me sinto bem em deixar as pessoas na mão....mesmo com justa causa.

Deveria ter ouvido. A festa é, entre outras coisas, algo que me deixa muito triste ao me lembrar do meu pai....e apesar dos pesares ainda estou dando o máximo de mim por ela. E pra que? To tão de saco cheio dela e dos problemas que ela tem me trazido.

Não importa quanto eu me precavenha, não importa quantos emails eu mande, quantos avisos idiotas eu grite, quantos recados malas eu dê, quanto eu me organize pra fazer tudo no prazo. SEMPRE tem alguém pra estragar..sempre tem alguém pra reclamar, sempre tem alguém pra fazer vc pensar que é a culpada.

Mas, serei justa...sempre também tem os que ajudam....e é por eles que eu ainda continuo nesse barco.

Betty.

11 de janeiro de 2007

A vida e suas surpresas?

Às vezes tenho impressão de que alguém que cuida do destino vive nos aplicando surpresas...tanto com coisas boas quanto com coisas ruins. Em outras penso que ele tira férias e a vida simplesmente segue o rumo que deve seguir (segundo minha mãe, o caminho natural é nascer, crescer, ficar bobo, casar e morrer..rs)...como um rio que corre pro mar (é?rs)

Como muitos sabem, perdi (não sei se é o termo apropriado) meu pai...o fim do ano foi...não diria triste, mas diria que teve um buraco cujo motivo eu conhecia, mas cuja solução não estava ao meu alcance. Por mais que estejamos bem amparados e "maduros" não tem como evitar pensar...ah, se meu pai estivesse aqui, isso não aconteceria; se ele estivesse aqui, não teria essa preocupação; se ele estivesse aqui, me defenderia.

Pequenas bobagens...de fato mesmo, o que mudou é que ele não está mais aqui. E, acho que pra diminuir um pouco a dor, vc acaba se apegando a essas bobagens....porque bobagens são passageiras...a saudade...é pra sempre.

Tem dias que a dor é muito, muito grande e parece que foi ontem. Em outros parece que nem aconteceu e que vou voltar pra casa e ele vai estar lá. E tem também os dias bons (a maioria) em que sei que ele morreu, mas que não me sinto triste.

Vira e mexe sonho com ele...a maioria dos sonhos são divertidos e me fazem sorrir de manhã.

Um ponto de conforto é saber que não é porque ele não está aqui pra chamar a atenção que vamos deixar de ser os filhos que ele educou e sendo honestos como ele sempre foi, levaremos adiante as coisas nas quais ele acreditava eternizando-o...assim como espero poder fazer pelos meus filhos um dia....mas pobrecitos, vão ter uma mãe meio MALUca..rs

Bem, não era sobre isso que eu ia escrever, mas já que saiu, vai ficar aqui. Não falo muito sobre isso e aos que se preocupam, peço desculpas.....mas saibam.....não falo não porque não goste de vcs, mas porque faz parte do "pedaço de Betty que é só da Betty" (e do blog..hauhauahua).

Amo-os! Amo-te Pai, amo-te Mãe, Amo-te Lucy, Amo-te Décio, Amo-lhes, Batian, Ditian, Kris, Jubs, Re, Ka, Ti, Biel, Dan, Dani, Na, Jupa, Lae, Phitor, .... e sem essa de "Não vou citar nomes"...sempre esquecemos um ou outro..mas não é por isso que os que a gente lembra não merecem ser "gritados"...né não?

Beijos!!!