4 de janeiro de 2023

Para aqueles que me amam, mesmo na minha ausência

Ano Novo pode não operar milagres, mas que faz a gente refletir, faz. Comprei um pézinho de amora sem planejar, mas que estavam nos meus planos pra 2024, que é quando eu terei um quintal. Acho que é a "coisa" mais a longo prazo que eu calculei nessa minha vida toda.

Eu tenho uma teoria de que a minha apatia com o mundo tem ligação direta com a depressão. Primeiro porque é um dos possíveis sintomas mesmo, mas a parte da teoria fica por conta da minha lógica: se eu  quero morrer (às vezes "de verdade", mas uns 20% é exaustão de existir; um outro tantão é só um grande tanto faz; uns raros momentos eu queria que algo me matasse mesmo e uns outros raros, sinto alegria em estar viva), qual o objetivo de fazer planos a longo prazo? 

Toda essa reflexão, hoje, me levou a pensar no quanto eu ando sumida. Ok, teve (está tendo) uma pandemia no meio do caminho. Mas eu já estava na minha e sigo, cada dia mais, isolada no meu mundinho, que, diga-se de passagem, nem é lá grandes coisas pra eu ficar isolada nele.

Sempre curti ficar sozinha e sempre tive a sorte de ter amigos e família que entendessem isso. Só que 2022 atingiu um novo patamar. Eu não apareci nem pra mandar Feliz Aniversário para os que eu amo. Não esqueci, só não consegui me mover pra ligar ou mandar uma mensagem. Encontrei minhas sobrinhas umas 5x, durante o ano todo! Morando na mesma cidade. Acho que a gota d'água foi me tocar que devo ter falado com meu sobrinho que está no Japão, umas 5x também, nesses mais de 2 anos que ele está lá.

Dei o exemplo dos sobrinhos porque não há dúvidas que os amo mais que a mim mesmo, assim não resta dúvidas que o lance não é pessoal e sim, uma questão minha mesmo, que preciso tratar e pretendo melhorar este ano. Não por obrigação, mas porque racionalmente eu sei o bem que me faz estar junto dos que amo e sou amada.

Amar na presença é fácil, ainda mais eu, maravilhosa, prestativa, amiga e pau pra toda obra. hahahahahah. Exageros à parte, sou o oposto de toda a apatia que vive em mim, no trabalho, por exemplo. E eu sei que muitos afetos são sinceros, não somente pelo que eu tenho a oferecer. Mas amar na ausência não tem preço.

Poucos se mantiveram presentes, mesmo nas minhas ausências, e muitos eu sei que estão tocando a vida e quando eu reencontrar (mesmo que por um "oi, sumida" digital) nada vai ter mudado. A todo esse mundinho dentro do meu mundão, meu obrigada, de coração!

Beijos,
Betty de 2023!