30 de julho de 2014

Só sei que nada sei...

Eu sempre me proclamei como uma eterna coluna do meio. E, como uma boa coluna do meio, ainda não decidi se isso é mais pra uma qualidade ou mais pra um defeito.

Veja só, nunca vou discutir por música ou comida...ou religião ou política. As duas primeiras porque gosto de quase tudo e o que eu não gosto, não me mata e as duas últimas porque, assumidamente, não tenho conhecimento (feio, eu sei). Por outro lado, cada vez mais cresce dentro de mim meu lado taurino-teimoso. Viram o drama? Nem consigo decidir se eu sou mais pra "tanto faz" ou pra "compre minha ideia ou suma". huahauhauah...claro que to exagerando pra ficar claro.

Ultimamente, piorei 200%. Não sei se culpo o facebook e as milhares de informações e, principalmente, opiniões cruzadas; não sei se culpo a minha terapeuta porque ela nunca pode me dizer o que fazer, não sei... eu sei, o problema é de fábrica, sem direito a recall. rs

Mas, falando sério, a sensação que eu tenho é de que um dia, vou paralisar porque não saberei direito se é melhor ir pra frente, pra trás ou pros lados. E então, só farei as coisas que estiverem no piloto automático.

Ei, espera aí! Não é isso que você já faz e faz muito bem?

Pois é, saber não significa querer. Querer não significa poder. Poder não significa conseguir.

Eu também sei que soa bem parecido com discurso de desculpinha, mas eu juro pra você que aqui, dentro do meu cérebro, tá uma zoeira típica de um episódio de "acumuladores".

Beijos,
Betty.

17 de julho de 2014

O preconceito nosso de cada dia

Sim, eu tenho muitos pré conceitos enraizados a respeito de muitas coisas. A maioria delas não me impede de viver (ou conviver) e, muitas vezes, nem sei que os tenho, mas nos olhos de alguém, com certeza será e vice e versa.

Por exemplo: é mais que óbvio na minha mente, que eu sou contra o estupro. Com margem zero para qualquer desculpa que deem, seja cultural, seja religiosa, seja ausência de massa encefálica. Porém, eu não consigo (correndo o risco de ser apedrejada) achar que a mulher que sai seminua não quer chamar a atenção. EPA! Tem uma distância bem grande entre “o corpo é dela e ela faz ou o exibe da forma como quiser -  que eu concordo” ou “merecer ser desrespeitada - que eu discordo” e o que eu estou dizendo. Pra mim tem. Mas pra muita gente, eu vou ser considerada como da ala preconceituosa.

Há alguns anos um pedaço da minha bolha rosa furou quando eu percebi (por meio da maioria das pessoas que me rodeiam e de mim mesma, em alguns casos) que sim, ainda estamos há quase anos-luz de distância de um mundo onde ninguém sofra preconceito pela cor de pele, pela opção sexual, pela posição social, e a lista segue...

Mas, da mesma forma que fui tomada por uma tristeza, cheguei à conclusão de que na mente dos que discordam de mim, o raciocínio lógico deles faz tanto sentido pra eles quanto o meu faz pra mim. É simples assim e é por isso que é muuuuuuito difícil fazer alguém mudar de opinião. Daí voltou a tristeza. Tipo looping.rs

Não é só uma questão de entender e aceitar, mesmo que não concorde. Esses até que existem e são muitos. Mas “aceitar, mesmo que não concorde” é paleativo, é educação, é senso comum, é politicamente correto. Não é de coração.

O buraco é muito mais embaixo, meu amigo. É mais pra uma questão de acreditar que é assim e pronto. Como argumentar contra algo tão forte assim? Imaginem a cena: uma mulher negra pergunta pra um neo nazista, qual é o plano de vocês? E ele responde muito naturalmente que é a renacionalização, deportando todos os negros para colônias de imigrantes em outros países. Um outro explica de forma bem franca: miscigenação tá ferrando com as raças e só dá certo na primeira geração...

Não foi bem ao pé da letra e não é piada. É de um documentário que, graças a Paula que encontrou o link, você pode ver um pedaço aqui. Na cabeça dele a matemática é bem simples. Eu não te quero aqui, mas não quero o seu mal, tipo que você morra.... só quero que se mude. Why not?

Quem não entendeu nada, não se deprima. Tem horas que a informação é tanta no meu cérebro, que sai desconexa.

Beijos,

Betty.