26 de janeiro de 2015

Eu e a diabetes tipo 2

Desde que eu me dou por gente, meu pai tinha diabetes (inclusive em algum momento da minha infância, achei que a culpa fosse minha, pelo meu nome, foneticamente, estar no nome da doença...coisa de criança). Sempre soube, desde pequena até hoje, o que todo mundo sabe: diabético não pode ingerir açúcar. Depois de um tempo, soube que existiam 2 tipos de diabetes, mas nunca soube ao certo qual era a diferença entre elas.
Basicamente, a tipo 1 não produz insulina e a tipo 2 produz, mas não a produz/utiliza de forma adequada. Com o tempo, dependendo do prejuízo causado ao pâncreas, a pessoa pode necessitar de aplicação de insulina, assim como há a possibilidade de passar a vida inteira sem a necessidade de fazê-lo.
Depois de crescer, convivi bem de perto com alguns efeitos colaterais da doença, como perda da visão e da função renal e, consequentemente, da necessidade (e da luta que é) de se fazer hemodiálise 3x por semana; derrame e ponte de safena (ambos consequências da pressão alta e colesterol, que também são alterados pela diabetes); dificuldade na coagulação e cicatrização. Tudo isso, meu pai teve.
Mas, assim como a maioria dos mortais, você, lá no fundinho, acha que não vai acontecer contigo, ou que vai acontecer láaaa, muito longe do HOJE.
Faz uns 4 meses que recebi o diagnóstico inicial e, desde então, tenho me cuidado bastante, o que já resultou num exame novo com um quadro muito mais positivo e otimista. Na época, consultei o primeiro endocrinologista disponível e ele pareceu saído de uma pegadinha do malandro, então ignorei 100% do que ele me disse...inclusive os insultos arrogantes disfarçados de sabedoria.
Porém, numa nova consulta, com uma endocrinologista competente, saiu da boca dela em câmera lenta: sim, você tem diabetes. Na hora, tive que me esforçar pra não cair em prantos, até mesmo porque não sabia ao certo por quê eu queria muito chorar.
Agora, processada a "novidade" e após tirar as minhas dúvidas (e ter todas elas esclarecidas de forma calma, com paciência - obrigada, Dra Marizia Marco de Souza Dias) eu entendi que meu choro veio, primeiro por não ter me respeitado o suficiente pra me cuidar; segundo por lembrar de tudo que meu pai passou; e terceiro porque achei que minha vida começaria a acabar a partir de hoje.
Mas a parte boa é que o choro foi embora, tão rápido quanto veio, quando eu entendi que não comecei a morrer, mas comecei a nascer. Ter consciência do que é preciso fazer e, principalmente, estar ciente de que está fazendo tudo certinho, vai me trazer muita saúde.
Segundo entendi, eu posso normalizar todos os exames, desde que continue emagrecendo e comendo de forma saudável. Porém (e é aí que mora o diagnóstico e o lance do "não tem cura"), mesmo normalizando, foi feito o registro no meu organismo (e principalmente no meu pâncreas, que não se regenera). 
Daí, diferente de uma pessoa "normal", ao voltar a ingerir muito açúcar ou engordar, meus exames ficarão alterados novamente.
Mas, o lado bom é que, ao continuar me cuidando, posso viver como se não tivesse a doença (sim, poderei comer um docinho, sem excessos). Quanto mais me cuidar, mais vou retardar o aparecimento de doenças secundárias e a necessidade do uso da insulina.
A diferença maior é que terei que ficar mais atenta e fazer alguns exames anualmente, como oftalmo e cardio.
Viu, existe vida feliz após o diagnóstico. Obrigada aos que se preocupam/preocuparam. E, de coração, aceitei que sou diabética e estou bem.
Beijos, Betty.

24 de janeiro de 2015

Tinder What? Parte 3

Hahaha, sim, gente, eu voltei. Dessa vez, um pouco (bem pouquinho) mais disposta a me "molhar na chuva" e fazer jus ao dito popular.

Nos primeiros dias, 2 matchs. O primeiro, tinha no facebook a primeira foto da linha do tempo com a legenda "meu amor". hahahaha. O segundo, parecia bom demais pra ser verdade...daí tadinho, ele perdeu os 10 dedos, a voz e não consegue se comunicar. Brincadeira, mas passado alguns dias e nada de conversa ou resposta, concluí que: ou se arrependeu, ou clicou por engano (e acontece, viu, rs).

Depois disso, em 3 meses de exposição da figura e zero matchs, a única coisa que me vem à mente é um texto do Shinyashiki que já até postei aqui, que levanta a questão: quem disse que quando você encontrar a sua metade da laranja, ele vai achar você a metade da laranja dele? Tum, dum!

Mas, vamos rir um pouco.

Já falei sobre os perdidos (namorando, noivo, casado ou "só adiciono amigos") na parte 2. E, pra quem por acaso realmente estiver se perguntando: Tinder What?!?, segue link pra parte 1.

Agora eu queria falar dos perfis. Tenho mais respeito por quem já diz na lata a que veio (tipo, só quero sexo /  não gosto de balada / até mesmo o "sou casado" - pois dessa forma, vai atrair quem quer o que ele está oferecendo) do que por quem escreve um livro (não de sua autoria, claro) com falsa humildade, onde, pior, não cabe o texto inteiro. Se você está se perguntando qual era a minha descrição, tá aí: "depois do muro que eu construí, um encanto". Viu, não é muito na lata, mas é sucinto e bem verdade, sem falsa humildade. hahaha.

As fotos merecem subdivisão.

Tipo 1, o com fotofobia, vulgo: só tenho foto com óculos de sol. Ou você só sai de casa de dia; ou vive na praia/piscina/clube; ou tem mesmo hipersensibilidade. A única coisa que eu consigo pensar é que você deve ser muito estranho sem óculos. E, quanto mais bonito você for de óculos, mais eu penso nisso.

Tipo 2, o saradão, vulgo: só tenho foto dos meus músculos. Sabe aquela zoação que você faz de poses apontando pra lá e pra cá, só pra expor os músculos que você sabe que não tem? Então, eles tem, de fato, os músculos e não, eles não estão só de zoação com as poses. A única coisa que eu consigo pensar é que eu odeio academia e essa será nossa eterna briga.

Tipo 3, o rei do camarote, vulgo: só tenho foto ostentando meus bens materiais. Talvez sim, talvez não, mas eu acho que o tipo de mulher que você vai atrair é bem específico. A única coisa que eu consigo pensar é que o seu "eu" não deve valer muito pra você ter que expor essas "qualidades".

Tipo 4, o zelador do banheiro, vulgo: só tenho foto em banheiro. E não sei se é mais estranho quando são todas no mesmo banheiro ou quando são todas em banheiros públicos. A única coisa que eu consigo pensar é: por que alguém faz isso?

Tipo 5, o viciado em detalhes, vulgo: tenho uma foto só, mas ninguém vai notar. Vai? A pessoa me pega uma foto e multiplica em 5. Com zoom / com mais zoom / ops, cortei minha cara fora, etc. As únicas coisas que eu consigo pensar são que você tem problemas ou que você só acha que tem uma única foto boa nessa vida.

Tipo 6, o "dormiu com o bozo e acordou gozadinho", vulgo: só tenho uma foto mas vou postar a mesma 5 vezes. Faz você olhar todas pra descobrir que são todas iguais. Esse é o irmão gêmeo do tipo 5.

Tipo 7, o agente secreto, vulgo: minha foto não é minha. Pode ser um desenho animado, pode ser uma frase de efeito, pode ser uma personalidade. A única coisa que eu consigo pensar é: tem alguém nesse mundo que dá "love" em você?

Tem muito mais, mas verbalizar tudo isso só me fez crer mais uma vez que esse aplicativo pode ser bom pra muita gente, mas não serve pra mim e eu não sirvo pra ele. Então, mais uma vez, Tchau Tinder.

Beijos,
Betty.

11 de janeiro de 2015

Se a minha vida fosse uma eterna férias

Acho que desde que comecei a trabalhar, essas foram as minhas férias mais longas.

Começou com um fds corridaço em São Paulo, seguido de um fake-fds-duplicado de preguiça. Sim, demorei uns 4 dias pra entrar no ritmo e perceber que não precisava só dormir e lagartear porque a "segunda-feira" ainda estava muito, mas muito longe de chegar.

Final de férias é um misto de alegria e tristeza.

Meu lado vovózinha adora uma rotina, mas não é nenhuma novidade, vindo de quem adora saber o chão que pisa. Meu lado desorganizado PRECISA de uma rotina, assim como meu lado saudável. Consegui sobreviver às temidas festas de final de ano com a balança congelada. "Acho" que to no lucro. hahaha

Meu lado "paz e amor" está cansado antes mesmo de chegar amanhã, pois sabe o que me aguarda. Pauleira, muita crise de coceira nervosa e as mesmas lutas de sempre. Facebook que se prepare (vixe, vixe, vixe). Meu lado "livre" se sente deprimido de não poder fazer o que quiser, a hora que quiser.

Mas, hey, e a tal da rotina, amada e necessária? Bom, meu lado bipolar... hahaha, brincadeira.

Num resumão da ópera, conclui que, se a minha vida fosse uma eterna férias, viraria uma rotina da qual eu teria que "descansar, trabalhando" (mas eu não ligaria nem um pouquinho-inho).

Sinto falta das pessoas de sempre; dos amigos de sempre; dos bares e restaurantes de sempre; do cafezinho diário (mais pelo hábito, que pelo vício); da atividade física (moça, você tá com febre?!?!); da minha mesa, do meu cantinho e, engana-se quem pensa que não, sinto falta dos clientes também. rs

Eu sei, eu xingo bagarai, mas parafraseando meu irmão, "reclamar é muito bom". kkkk.

Feliz Ano Novo!

Beijos,
Betty.