13 de abril de 2015

Eu não preciso de antidepressivo, preciso de um mundo diferente

Há algumas semanas vi uma postagem no instagram, criticando o beijo da Fernanda Montenegro e da Nathalia Timberg. Na verdade, o buraco foi bem mais embaixo. Tão embaixo, que o post foi removido.

SE fosse somente uma crítica, acho que qualquer um está no direito de: gostar; desgostar; se sentir incomodado; mudar o canal; banir a "grobo"; banir a  novela da sua casa; ir lavar louça ... O que não é bacana é pagar de "politicamente correto" e não ter nem a habilidade pra disfarçar sua verdadeira essência - seja ela linda ou não (aos olhos da sociedade), que seja verdadeira.

Geralmente (arrisco dizer que sempre), uma frase que comece com "sou contra a homofobia, MAS" e termine de cagar com um "eu tenho amigos gays (como se isso te isentasse de qualquer preconceito)" está fadada a ser uma grande junção de nada com coisa alguma!

Antes eu tinha medo das pessoas e suas ideias, falas, ações. Agora estou ficando com medo de mim, de acabar me relacionando (por vontade própria) somente com meia dúzia de pessoas. Daí meu outro eu cochicha: mas, Betty, a diversidade é linda. Ser amiga somente de quem concorda contigo não é bacana.

E eu preciso admitir que é tudo isso aí mesmo, palavra por palavra. Porém, há uma grande distância entre discordar e ter vergonha alheia. Discordar é cada um expor seu ponto de vista e cada lado ter a sua opinião ouvida e respeitada. Ter vergonha alheia é ouvir argumentos vazios jogados ao vento como verdades absolutas ou, não sei o que é pior, ouvir um "quero me reservar ao direito de não dizer por quê" quando você pede por uma resposta justamente pra tentar entender o outro lado, que pensa diferente de você.

Beijos,
Betty.

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