31 de março de 2015

Hospital Mater(me) Dei Londrina

Quando você pensa que não pode piorar e é contrariada algumas vezes, chega a hora de entregar os pontos e sair correndo.

Começando com o pé esquerdo: já na recepção, pergunto se estão demorando pra atender no Pronto Socorro e recebo como resposta um grunhido. Demonstro que não entendi e recebo um "carteirinha e identidade!", bem piloto automático, nada de simpatia e menos ainda de resposta pra minha pergunta. Olho em volta, vejo que não tem ninguém e entrego meus documentos sem reclamar. Afinal, você guarda suas energias pra se manter em pé, não pra brigar com qualquer um.

Aguardando na recepção: noto um pernilongo. Comecei a acompanhar seu voo, porque a última coisa que eu preciso é pegar dengue. Tentei matá-lo algumas vezes, espantei outras vezes e, pro meu desespero, ao olhar direito, tinha tipo uns 8 ali. Mas, não pensei duas vezes..levantei e comecei a andar. Passados uns 30 minutos (sim, não tinha ninguém quando eu cheguei) e já com mais 4 pessoas na sala, me peguei pensando que os outros estariam pensando que eu tinha "pobrema"...mas antes isso do que o Aedes.

Na minha andança (não, não é um lugar gigante. rs), noto que para usar os banheiros você precisa pegar chave na recepção. Oi? Estou no meio de um Postinho de gasolina de beira de estrada e não percebi?

Cansei de andar, afinal, estou doente! Fiquei do lado de fora da porta, encostada na parede, com os reflexos do sol piorando meu estado..mas ainda, melhor que dar chance pra dengue. Mais uns 20 minutos depois fui chamada pra triagem.

Triagem: nem bom, nem ruim. Normal, daquele jeito.

Consulta: é quase sempre igual (quase não é sempre; não largue nunca mais quando encontrar um médico(a) bom/boa), mas me recuso a achar normal. (a) Aquela risadinha de Pepa Pig cuja leitura é "Como você é bobinha", a cada dúvida que você tem. (b) Aquela sensação de que seu limite para sintomas é limitado e você tá sempre ultrapassando, porque, veja bem, se sua cabeça dói, ter febre já é extravagância e ter dor em algum outro lugar é "tá tirando com a minha cara?". (c) Tudo é falado muito rápido, com termos técnicos, exames são pedidos sem nem ser citados quais ou, principalmente por quê. Sim, Dr. eu não sou ignorante, só estou doente, cansada para discutir e com um pouco de junção do "a" e do "b".

Pedido: fazer exame de sangue e urina para descobrir o diagnóstico.
Paleativo: soro com 3 remédios, que eu não tenho ideia de quais eram, para a dor de cabeça. Esse eu achei desnecessário, porque "acho" que é pra grau tipo enxaqueca, mas tava topando qualquer coisa pra voltar a sentir o gostinho de uma vida saudável, após 3 dias de inutilidade... e funcionou. Até agora, 10h de efeito.

Coleta de urina, o pesadelo: entrei no banheiro, com aparência de higiene suspeita, nada cheiroso e, ao olhar a privada, dou de cara com um presente. Redondim, lá, todo feliz, boiando. Eeeeeeeeeca! Bom, o hospital não tem culpa, pensei. Tentei dar descarga mas ele riu da minha cara, ficou dando piruetas e gritou...láláláa daqui eu não saio, daqui ninguém me tira. 
Saí, parei ao lado da suposta chefe das enfermeiras que já me olhou com olhar congelante (no lugar do: pois não?) e perguntei se tinha algum outro banheiro onde eu poderia fazer a coleta de urina. Estava evitando falar do Redondim, porque ela estava atendendo outra pessoa. Com o mode on Grossa, apontou para o mesmo e disse.. é alí. Daí eu pensei, que se foda. "Então, é que lá tem um COCÔ que não vai embora com a descarga então eu quero usar outro banheiro. TEM?" Daí ela, um pouco menos grossa, disse: só tem na recepção.
Eeee, blz. Vamos lá, sala cheia, potinho na mão, pegar a chave pra toda a recepção saber o que vou fazer, sair de lá com um potinho cheio de urina e todo mundo olhar como se fosse bomba radioativa, esperar pra devolver a chave e voltar pra Super Simpatia do outro lado. Mas você acha que ela pegou o meu potinho? Jogou seu olhar radioativo para trás, e quem me deu o potinho veio buscá-lo.

Coleta de sangue e soro na veia: outra sala com aparência de higiene suspeita, mas com a primeira pessoa menos antipática que eu cruzei nesse hospital. Estava prestes a ganhar meu elogio na ficha de avaliação (sim, eu fazia tanta questão de preencher, que comecei com um delineador de olhos, mas o papel caiu no chão, não alcançava pra pegar e quando o peguei e ele estava simplesmente molhaaaaado. Chão limpinho gente!!!)
Mas ela perdeu a estrelinha quando ao final, eu olho pro meu curativo e ele está servindo pra nada. Meu dedo cheio de sangue, aquela poça, em volta do algodão e ela fala: tira e lava que eu te dou outro. Lava onde, fia? Lá ó. E você vai me dar outro quando?!?! (Porque gente, nessa hora eu já tava num grau de desespero com aquele hospital que na minha cabeça, quando eu tirasse o curativo ia jorrar sangue.. hahahaha. drama mode on justificável, vai.) Quando você lavar te dou outro.
Blz, contrariada, fui procurar a pia, não tinha lugar pra abir, só cano. Perguntei ao casal do leito do lado da pia: Vocês sabem qual é o esquema para sair água? A resposta do homem: SE tiver água. Percebe-se que a credibilidade do Hospital é altíssima. 
Fui para a outra pia, sujei a torneira, sujei a cuba...enfim, duvido que tenham limpado. E, ao final, estava lá a enfermeira me esperando na porta com um algodão. Isso, só isso. Não que antes fosse muito mais que isso: era um algodão e uma fita crepe, que faz tanta pressão que resultou nessa lambança)

Diagnóstico: Não sei! Era isso ou ficar lá de 2 a 3h até sair o exame, esperar o mesmo plantonista me atender e me dizer o que eu tenho. Se fosse você, vide tudo acima, passaria mais um minuto por vontade própria lá dentro? Eu não. Pegarei meus exames amanhã e, se for o caso, marcarei consulta com outro médico.

Mas agradeço pelos remédios e não vou dizer não volto nunca, porque hospital a gente sempre precisa, né. Mas, se conseguir evitar, pode ter certeza de que o farei.

Beijos,
Betty.

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