12 de abril de 2013

O preconceito enrustido

Acho que já comentei aqui alguma vez sobre as atitudes de "redação de vestibular", daquelas que você sabe como agir para não ser reprovado pela sociedade.

Não vou nem entrar no mérito da discussão sobre quem é a favor ou contra o "matrimônio igualitário", como é chamado na Argentina e no Uruguai. Eu não entendo quem é contra, mas deve ser a mesma distância pra eles entenderem quem é a favor. Uma questão de opinião.

O que eu notei ultimamente é que muita gente pensa de um jeito entre 4 paredes e age de outra forma publicamente. Um exemplo que ficou bem nítido pra mim, foi uma mulher que fez um comentário no twitter do ator Alexandre Nero, dizendo ser "não homofóbica" e com amigos gays, mas que entendia o Feliciano por ele estar defendendo antigos valores familiares. O post inicial não encontrei mais, mas aqui tem a resposta do ator.

Acho (espero) que ela sabe o que significa homofóbico e amigo, mas, mesmo ao defender seu ponto de vista, tentou ser politicamente correta. Da mesma forma que conheço gente que tem amigos gays, mas ainda pensa que foi a criação, que é um distúrbio tratável, que falta Deus ou que é uma fase. E eu, sinceramente me senti triste pelos meus amigos que são gays porque percebi que, tudo bem, agora já está melhor do que há 10 anos, mas a mudança real é, em boa parte, fachada.

Chego a cogitar que até o Feliciano seja um politicamente correto às avessas.. afinal, pros fieis seguidores é isso que é o correto e quanto mais ele agradar, mais fieis terá.

E isso serve pra qualquer tipo de atitude considerada "politicamente incorreta" que as pessoas deixam de ter só para serem aceitas (ou não irem presas). Vendo por essa perspectiva, ninguém escapa 100% dessa turma. Nem eu e nem você que já estava com o dedo apontado pro seu conhecido-com-atitude-de-redação-de-vestibular.

Beijos,
Betty.


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