16 de junho de 2012

Acumuladores

Vocês já viram uma série que tem no Discovery Home & Health, que se chama Acumuladores?

São pessoas que tem o hábito de acumular. Mas não são meros colecionadores; são pessoas que não jogam nada fora e, às vezes, saem à caça de outras coisas que não entendem como alguém pode jogar fora. Tudo, TUDO tem valor sentimental ou algum dia poderá, quem sabe, ser utilizado.

Do alto do meu conhecimento de quem viu alguns episódios (rs), todos eles tiverem um momento estopim. Eles eram "normais", casados, com filhos...e, família e amigos, aos poucos vão sendo afastados (ou vão embora porque não aguentam mais) porque no fundo, a pessoa tem vergonha da casa, mas ao mesmo tempo não tem forças pra se livrar das coisas.

Tem aqueles organizados, que não tem espaço pra nada, mas pra andar, tem um corredorzinho minúsculo entre as pilhas de objetos mais ou menos separados por setor. Tem aqueles que chutaram o pau da barraca de vez e nem o lixo tiram mais. Pra se locomoverem pela casa, precisam sair escalando as coisas, sabem exatamente onde devem pisar e malemá tem onde dormir e se higienizar.

Eu sempre brinco que minha tolerância à bagunça e à sujeira é acima do normal. Quem me conhece, se nega a acreditar quando eu vivo dizendo que minha casa está revirada e eu não tenho tempo pras coisas porque preciso ir limpá-la. Como é que você, senhorita organização, cuja casa está sempre brilhando quando eu vou lá, quer que eu acredite nisso?

Eu ainda não cheguei no nível patológico e de vez em quando tenho uns cliques opostos e viro a Amélia da limpeza. Mas confesso que quando vejo a série me dá um medinho de não perceber se um dia isso começar a fugir do meu controle.

Não tenho apego pelas coisas (não por todas. huahauhauahu), só não ligo que elas fiquem alí até que eu queira tirá-las de lá. A minha primeira análise da situação foi que, sendo eu super ultra mega responsável quando outras pessoas serão afetadas pelas minhas ações, quando eu estou em casa, mesmo sem saber, quero ser exatamente o oposto pra relaxar e ter um pouco de equilíbrio.

Hoje, ao acordar, o meu primeiro pensamento foi...eu preciso organizar meus pensamentos. Foi aí que eu percebi que, dentro da minha casa chamada cérebro, há anos que eu já sou uma acumuladora profissional. Fui empilhando tudo pra analisar depois e agora não encontro mais o caminho de nada. Tenho um corredorzinho minúsculo por onde chego nas atividades do cotidiano e acesso as ferramentas que preciso pra trabalhar e interagir. De resto, de vez em quando trombo com algumas memórias e fatos e as jogo fora ou empurro de novo pro meio da pilha.

Talvez, eu só esteja externando o que dentro está ficando muito lotado. Talvez, seja a hora de ir atrás daquele profissional, o personal mind organizer, que também atende por terapeuta.rs. Mas será que vou permitir que ele entre?

Bom fim de semana.

Beijos,
Betty.

3 comentários:

Nadia disse...

Se permitir q o terapeuta entre, na entrada, entregue uma cordinha pra ele não se perder ao sair... rs.
Brincadeiras a parte... tente!
Bjs e bom dia as madrugadoras!

Jéssica disse...

Passei por aqui por acaso. E me identifiquei de forma absurda com o post!
Sempre digo (pra mim mesma) que minha mente, meu cérebro é como uma sala com vários daqueles arquivos de metal, com gavetas. Todas as gavetas estão abertas e todos os arquivos estão jogados espalhados embaralhados por toda parte, como se um furacão tivesse passado por ali. E eu NUNCA organizo nada.E ficam sentimentos e pensamentos e memórias assim, jogados.
Talvez seja mesmo hora de ver um terapeuta que ao menos diga que parte do lixo deve ser jogada fora e onde cada arquivo deveria ficar.

Betty disse...

Oi Jéssica, bem vinda à bagunça.rs.

Eu diria (como 99% das pessoas dizem) que fazer terapia é ótimo. Mas, com uns 2 meses de terapia, eu digo que não to vendo nada de mais.rs

Também digo que ainda tenho esperanças no tratamento, pois tenho ciência de que não abri nem 20% da minha vida ainda. Afinal, é como a gente pensa: é estranho sim, falar tudo pra um(a) estranho(a).

Beijos.