19 de março de 2015

Desde que o mundo é mundo...

Somos entupidos por ideias pré concebidas de como a coisas são/deveriam ser.

Obs.: Nunca diga nunca será totalmente ignorado nesse post.

Após um ano bem conturbado (lá em dois-mil-e-bolinha) eu concluí que a gente nunca conhece ninguém 100%. Só podemos imaginar como seria uma reação diante de algo, mas se nunca a vivemos, nunca teremos certeza.

Tendo isso em mente, somada à intolerância-cega-e-violenta que paira no ar nos últimos tempos, te peço que faça dois exercícios:

1º - Quando for contra algo, pergunte-se: no que isso interfere na minha vida? 
- Nada - deixe o outro se feliz.
- Tudo! Que solução eu tenho para apresentar, além de apontar o dedo pro problema?
Nenhuma - entra na casinha e vá pensar.
Muitas - ótimo, coloque-as em prática.

2º - Quando eu julgo alguém, eu já passei por aquilo?
- Nem em sonho - Nem vou te pedir pra se colocar no lugar da outra pessoa (que seria o mínimo) porque, como expliquei acima, é só um mundo de faz de conta. Sábio do Shakespeare que sabia que existe muuuuuito mais entre o céu e a terra do que julga nossa vã filosofia.
- Sou letrada no assunto! Que solução eu tenho para apresentar, além de apontar o dedo julgador?
Nenhuma - entra na casinha e vá pensar.
Muitas - ótimo, coloque-as em prática.

O que não dá é manter esse pensamento de que "desde que o mundo é mundo", justifica qualquer atitude "clássica" ou pensamento pequenininho-digno-de-quem-vive-numa-bolha. Acho lindo e assustador que todos tenham voz. Seria perfeito se todos tivessem voz, cérebro e coração.

Terminada a ladainha, vou partir pra parte prática, da vivência.

Se me conhece, muito ou pouco, como eu sou? Imagino que respondam: fala pra caramba; boa companhia; sensata; bom coração; mau-humorada; anti-social; independente; forte; intolerância pra algumas coisas (muitas ultimamente. hahaha); Tia coruja; organizada; desorganizada; polida; sincera; talentosa; profissional; teimosa; odeia pedir favor... podemos ficar até amanhã aqui.

Mas eu desafio qualquer um, QUALQUER UM, a não ficar surpreso com 3 revelações:
- Eu passei quase 1 ano da minha vida pensando em me suicidar;
- Eu já apanhei de homem e não fui embora. Não no nível "espancamento", mas com marcas tão profundas quanto;
- Não muito distante, senti meu espaço invadido, por um homem folgado, mas na hora, não falei nada e depois me perguntei, quem é você e o que você fez com a mulher que, no mínimo, colocaria esse cara no seu devido lugar?!

Agora, mais focado, repense: Mas você, Betty?!? Você, forte, sempre com uma palavra positiva? Você, que põe medo só com um olhar? Você...

Sim, foram outros tempos, mas por fora eu era igual eu sou agora. Talvez um pouco menos intolerante, talvez muito mais feliz.

Sim, eu que sou humana e sim, eu que não estou achando nada fácil dividir aqui, coisas que eu não divido nem com os meus mais queridos, que me querem bem e que não me julgam.

Mas eu faço isso, em prol de você entender que, pra maioria das coisas, sempre é só a ponta do iceberg. Se conseguir passar isso pra alguns, já me sinto feliz.

Beijos,
Betty.

Um comentário:

Anônimo disse...

ótimo texto, como sempre!