16 de janeiro de 2006

nada de títulos. Nem sei o que escrever. Só deu vontade depois que a Re comentou e eu percebi que meu último post é de outubro e que muita coisa mudou desde então. Muita coisa ainda continua igual. Mas, não se pode mudar tantas coisas acumuladas durante um ano inteiro em algumas semanas.

Voltei a ser eu mesma. De vez em quando sinto que aquela pessoa que eu odiava ser ainda está aqui, em algum cantinho, só esperando o momento mais inoportuno pra dar as caras de novo. Tenho medo sim. Mas não posso viver disso. Agradeço o hoje porque é isso que eu posso controlar.

Também tenho pensado em muitos por quês. Por que quando tem enchente em SP, os pobres que tão pouco têm, perdem tudo. Uma, duas, três vezes. E começam do zero, mesmo sabendo que podem perder tudo de novo. Porque um ricaço, com dinheiro pra comprar tudo de novo quantas vezes se fizer necessário não perde tudo numa enchente? Não, não to desejando o mal dos ricos. Mas não seria mais lógico quem tem condições de recomeçar dignamente perdesse tudo ao invés de quem já não tem muito perder tudo?

Também penso na saúde. Dificilmente quem tem o que comer e quem tem condições de ir ao médico regularmente, ou futilmente (tá, tá..to sendo rígida demais, o que é que tem se tem gente cujo maior problema no mundo é aumentar os peitos. Problema é problema. Cada um dá o valor que quer) vai morrer na fila de espera. Uma porque, geralmente, possuem convênios de saúde bons. Outra porque não vão ficar doente a esse ponto de surpresa. Agora, quem é atendido pelo SUS, que mesmo doente, madruga na fila pra pegar uma senha e talvez não ser atendido; e quando o é, mesmo doente, ter que agendar uma consulta pra daqui a um mês. Vc acha mesmo que essa pessoa vai ficar indo regularmente ao médico? Não. Ela não vai. Eu não iria. Mesmo porque, essa pessoa não tem tempo pra fazer isso. Vai no dia de sua folga ou vai porque precisa de fato. Não seria mais lógico todos terem acesso à saúde e assim, ninguém superlotava as UTIs, os leitos...e ninguém morreria na fila de espera por falta de vagas. Afinal, todos teriam uma saúde boa. Tirando as fatalidades, óbviamente.

Penso também na educação. Quanto mais condições, mais estudos, melhores oportunidades. Quanto menos condições, menos estudos, menos oportunidades. Será que aquela "Carla alguma coisa" tinha razão ao cantar rebolando:"e o rico cada vez fica mais rico, e o pobre cada vez fica mais pobre (...) é que o de cima sobe e o de baixo desce". Isso faz sentido pra vc?

Talvez por isso eu ame tanto a matemática. Lá, a lógica tem lógica. E tudo faz sentido.
E que venha 2006.

Betty.

Um comentário:

Anônimo disse...

hum....é sempre bom ver o que vc escreve. Não que o q vc escreveu seja um novidade bombástica, acho q muitas pessoas param pra pensar nisso de vez em quando (ou eu to dando mto crédito pro ser humano?rs). Eu não tenho a resposta pra essas perguntas, e acho que vc não vai encontrá-las tão cedo, e a solução já são outros quinhentos. Só sei que se todo mundo tivesse pensamentos puros, o mundo em que vivemos seria muito diferente.
Gostaria de escrever mais um monte de coisa, mas que tal a gente conversar sobre esse assunto? Ia ser muito melhor não acha?

E sobre vc voltar a ser vc mesma, acho q vc nunca deixou de fato, antes eu achava, mas agora acho q vc sempre foi vc mesma, mas períodos diferentes exigem (ou causam) atitudes e pensamentos diferentes.

E eu estou escrevendo demais, se quiser, vamos conversar sobre isso tbem...rs
saudades de vc betty!