De repente fui jogada num tempo onde eu também era assim e me peguei pensando quando foi que o deixei de ser. Não lembro.
Não lembro porque não há uma quebra definida no tempo, em que eu tenha acordado e decidido ser diferente.
Lembro de ir perdendo o interesse pelas baladinhas; depois de parar de me esforçar para fazer algo que eu não tinha mais interesse; e, por fim, de parar de ir.
A música ainda é sagrada e embala meu trabalho; meus (super raros) momentos de afazeres domésticos; meus momentos "vizinhos, não me odeiem, por favorzinho", que incluem fazer qualquer coisa de madrugada: desde costurar até cozinhar, passando por qualquer outra coisa que eu tenha protelado até o último momento.
Agora, é como se dançar fluidamente (ou de qualquer outro jeito) não me pertencesse mais. Sinto como se cada músculo meu lutasse contra, e a imagem mental que eu tenho de mim mesma dançando, é algo similar a uma estátua balançando de um lado pro outro. Nada bonito, né. rs
Talvez tenha a ver com meu estado de espírito, que não se sente triste, mas está longe do tempo em que era tão feliz que achava isso anormal. Mas era tão feliz que não perdia 5 minutos preocupada em ser normal.
Beijos, Betty.
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